Artigo publicado no jornal O Globo, no dia 16/02/2008
Cristovam Buarque *
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"Navio negreiro" foi escrito por Castro Alves em 1868, anos antes de Joaquim Nabuco escrever "O Abolicionista". Foi o poeta quem despertou o Brasil e divulgou a mensagem dos abolicionistas. Durante o regime militar, foram os poetas e cantores que nos acordaram para a democracia. Na semana passada, 120 anos depois da Abolição, os poetas voltaram às ruas com outra bandeira: o educacionismo.
A escola de samba "Vai Vai", de São Paulo, cantou a educação como saída para o futuro do Brasil. No desfile das campeãs, carregou uma imensa bandeira do Brasil com o lema "Educação é Progresso", no lugar de "Ordem e Progresso".
O Thobias Nascimento e os passistas da "Vai Vai" não são os únicos educacionistas no cenário brasileiro. O desfile foi inspirado no empresário Antonio Ermírio de Moraes, um educacionista que defende a educação como saída para o Brasil. Seu livro tem um título que lembra Castro Alves: "Educação, pelo amor de Deus".
o Brasil está cheio de "educacionistas", adjetivo que ainda não existe nos nossos dicionários; militantes do "educacionismo", substantivo que os nossos dicionários ainda não adotaram, mas já tem significado: a doutrina que considera a educação como vetor fundamental do progresso, defende que a utopia não vem da desapropriação do capital dos patrões para os empregados, mas sim de colocar os filhos dos empregados na mesma escola dos filhos do patrão.
A enorme bandeira do Brasil que os integrantes da "Vai Vai" carregaram no sambódromo paulista, com o lema "Educação é Progresso", mostrou que o movimento educacionista começa a crescer, no século XXI, como no século XIX, um movimento inicialmente muito pequeno cresceu, com o nome de abolicionista. Eles queriam que todos brasileiros fossem livres da escravidão; nós queremos que todos os brasileiros tenham acesso a uma escola de qualidade, único caminho para serem livres.
Falta fazer com que os educacionistas de hoje se transformem em um exército. Por isso, seja um educacionista, você também.
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