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Nossa Missão

Nossa Missão: “Resgatar a auto estima e despertar a cidadania das crianças e adolescentes de Boracéia e região, por meio de iniciativas educacionais, culturais e esportivas, visando à criação de oportunidades futuras para o bem-estar de toda comunidade”.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012


IDOSO PROFISSIONAL


Quando completei 60 anos e passei a desfrutar dos privilégios reservados aos idosos em filas de aeroportos e bancos, me consolei pensando que a velhice poderia ter algumas vantagens. Mas não é bem assim. Uma fila com três  idosos, num balcão de aeroporto, pode levar mais tempo do que uma de 12 não idosos ao lados, porque os velhinhos demoram muito, adoram conversar com as atendentes. No banco é pior ainda, com senhas esquecidas e extratos extraviados. Nesse caso, os idosos mais profissionais escolhem a fila comum, e  muitos mais bobos e vaidosos também,  para não confessar publicamente a idade. É claro que envelhecer não é agradável, mas já foi muito pios, nem faz tanto tempo assim, quando a expectativa de vida era de 50 anos e não havia antibióticos. O chato é que enquanto maior a experiência, o aprendizado com os erros, as vivências e informações acumuladas, menor o tempo para usá-las. Uma das melhores e piores conseqüências do progresso cientifico e da prosperidade econômica foi o aumento espantoso da expectativa de vida no Brasil. Viver mais é uma ótima notícia, mas, se for para viver mal, sem saúde, segurança e conforto, é péssima. Como pagar aposentadorias dignas a milhões de trabalhadores, sem quebrar a previdência? Como abrigar e cuidar dessas multidões de novos velhos pobres? Os indiferentes de hoje são os idosos de amanhã, se chegarem lá. No Brasil tem bolsa para  todo  mundo, até as famílias dos presos recebem a bolsa-bandido de R$ 860:00 mensais, certamente mais do que grande parte dos idosos brasileiro, que trabalharam a vida inteira, sobreviveram a planos econômicos desastrosos, roubalheira incomensuráveis e incompetência dos seus governantes. Muitos presidiários vivem bem melhor do que idosos pobres, presos em casa e em asilos. Civilizações mais antigas, e, por isso, mais sábias e experientes, como a China e o Japão, valorizam, respeitam e preservam seus velhos justamente por sua experiência e sabedoria. Eles são valiosos, o Estado investiu muito dinheiro neles, em sua  educação saúde e formação profissional, e o pior dos desperdícios é esquecer que eles existem.
Nelson Motta – jornalista

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