MULHER
– direitos que ainda desconheço
PARTICIPAÇÃO DA
MULHER NA POLÍTICA PARTIDÁRIA
A participação
efetiva da mulher na vida política partidária é uma conquista de nosso passado
recente. A razão para exercer este direito está relacionada ao preconceito
quanto à participação da mulher na vida pública, na vida política. Ingressou
ela, neste cenário, pouco preparada para competir em igualdade de condições com
os homens. A luta pela representação equitativa das mulheres na política é
árdua e se dá em duas frentes. Primeiramente, vencer a resistência dos partidos
que não oferece pleno apoio e
investimentos para a candidatura de mulheres, não dando, ainda, valor
suficiente à importância do trabalho das mulheres nas instâncias políticas. Em
segundo lugar, a questão cultural, fazendo com que as mulheres, tomem a
consciência de que o mundo político também é seu lugar. Há o medo masculino de
que elas possam ocupar espaços, compartilhar o poder e, também, receio desta
rebeldia feminina de ousar ter opinião
própria, diferente de seus maridos e pais, votando independentemente e, pior, serem votadas. Nos anos 50 e 60, os
dados obtidos através de diferentes análises do comportamento eleitoral,
participação partidária, representação parlamentar e sondagens de opinião, mostravam
a imagem da mulher dedicada ao lar e afastada do mundo da política.
Reforçava-se assim, a opinião tradicional da mulher pertencente ao domínio
familiar e privado, e do homem ligado ao domínio de atividade pública, na qual
se inclui a participação política. Sabemos que é no espaço doméstico que muitas
mulheres constroem suas vidas, mas, tal fato não pode ser entendido como
sinônimo de isolamento ou conservadorismo, mas sim como uma escolha pessoal.
Nos anos 60, ressurge o novo feminismo, apoiado principalmente no livro da
escritora francesa Simone de Beauvoir, “O segundo Seco”, publicado em 1949, que
trata do psicológico da mulher e seus condicionamentos, é famosa sua frase “Não
se nasce mulher: torna-se mulher“. Marcou um a nova etapa do feminismo a
publicação de “ A mística Feminina “ da americana Betty Friedm, este livro
procura explicar a angústia do eterno feminino, da mulher sedutora, frágil e
submissa. A insatisfação, com seu cotidiano, vai aumentando e as mulheres,
agora com mais educação, vão à luta por direitos. Eva Blay, ao estudar o
período de 1964 a 1982 no Brasil, discute a conquista da cidadania pela mulher,
assinalando que os diversos movimentos com participação feminina, inclusive
sindical, se constituem num conjunto que levou à apropriação do espaço público
e à reformulação deste mesmo espaço. Quando se considera a vivência de
participação das mulheres nos movimentos populares, politiza-se o privado,
dá-se existência a uma experiência até então silenciada e, por este caminho, abre-se
a possibilidade de pensar a mudança. Valoriza-se a necessidade de superar a
visão das mulheres como essencial e naturalmente apolíticas, buscando novas
referências teóricas para analisar o comportamento político feminino. Desde a
colonização do Brasil as mulheres não tiveram, democraticamente, o direito de
escolher os seus representantes políticos, havendo uma perda democrática de
gênero no Brasil, uma vez que, mesmo podendo eleger e ser eleita, poucas
mulheres venceram as resistências e ousaram
se candidatar aos cargos legislativos, sendo que uma percentagem ainda
menor conseguiu fazer parte do seleto grupo de eleitos. Quando se fala em
desigualdade de gênero está-se falando na existência de diferenças socialmente
construídas entre homens e mulheres. Por ser o sexo diferente é o que
justifica, para muitos, os homens terem mais poder.
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